quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Um mundo (ainda) desigual...

Na passada aula de Geografia visualizámos um documentário sobre a pobreza.
Neste documentário ficámos a saber que a pobreza já existe desde o início da Humanidade, desde os tempos rurais, onde as pessoas se alimentavam de animais que caçavam e viviam em cavernas. Tudo era pobre; não havia quaisquer tipos de luxos. 
Ao longo do tempo, pequenas civilizações começaram a surgir, com pequenos agricultores que tinham pequenos campos. Tudo parecia pobre, excetuando os reis e chefes. Estes últimos eram os bilionários da História Antiga. Quase todos eram pobres e ser pobre era não ter acesso a necessidades básicas, fosse comida ou água. A esperança média de vida era de 35 anos em todo o mundo. As pessoas dormiam na rua ou em acomodações simples e primitivas.
A partir da Idade Média surgiu o conceito de colonialismo - prática de fundar colónias; ordem política que estabelece domínio, político, social, económico, cultural de um Estado sobre outro. Nessa época, a pobreza era consequência da pilhagem - roubo indiscriminado de bens alheios. Desta forma, os europeus empobreceram a América Latina de várias formas. Eles tomaram a posse das terras e expulsaram a população de lá. O povo não tinha como se sustentar e foram obrigados a trabalhar nas plantações, nas fazendas, nas minas, para poder extrair o ouro e a prata, muito valorizados pelos europeus. Podemos dizer então que a Europa contribuiu para empobrecer muitos latino-americanos.  Também os portugueses contribuíram para empobrecer a África Ocidental, pois quando os navegadores portugueses chegaram à África no final do século XV e no início do século XVI, deram conta da prosperidade das cidades da costa de Moçambique e decidiram que tinham que dominá-las.
O que começou a mudar os países em desenvolvimento foi o aumento do rendimento real, mesmo na classe trabalhadora. Agora existiam subúrbios, carros motorizados, televisão… É muito difícil entender o que estava a diminuir o nível de pobreza; talvez fosse a ciência, a tecnologia, a produtividade, os movimentos revolucionários ou a ideologia de livre mercado. O crescimento foi muito rápido e não se entende como chegou a certos lugares.
O tempo passou e chegamos à era atual. Vêem-se avanços na Europa, na América, chegando também à Índia, à China e à América-Latina. Há zonas industriais, hospitais modernos, blocos de apartamentos e parques temáticos.
A pobreza começa a diminuir, apesar de ser muito desigual e variar de país para país, mas o que interessa é que está a diminuir. No final do século XX, já havia pessoas deixando a pobreza nos países em desenvolvimento, apesar de haverem muitas questões de como isto teria acontecido.
Vemos um mundo desigual, no qual temos a Europa como centro de acumulação de riqueza e poder, e o resto do mundo sendo cada vez mais dominado por ela.
Apesar disto, a África continua a ter raízes profundas de pobreza. O comércio de escravos destruiu sociedades e também o continente. A África destacou-se pela sua intensa pobreza, pela falta de infraestruturas e pelo grande problema de doenças. A pobreza é a pior forma de violência. A fome porque passou o sul da Índia em 1876 foi, em parte, uma simples questão de mau tempo. Houve uma falha na colheita, mas ninguém precisava de ter passado fome. As pessoas passavam fome, mas ainda se exportavam grãos para a Grã-Bretanha. Grande parte do alimento exportado podia ter alimentado milhões de pessoas, que acabaram por morrer. Precisavam dos negros nas cidades como mão-de-obra, pois não era preciso fornecer moradias para famílias africanas, nem era preciso pagar salários (racismo). As mulheres cozinhavam, lavavam roupa… foi assim, que gradualmente, começaram a surgir as favelas em torno das cidades.
Depois da criação da ONU, começa o nacionalismo. É uma teoria ideológica, surgida após a Revolução Francesa. Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação, tanto na África, quanto na Ásia. Então, questões como o fim do colonialismo, a relativa riqueza e a pobreza das nações foram discutidas pela ONU. Mais de metade da população mundial vivia em condições de quase miséria. Essa pobreza é uma desvantagem e uma ameaça tanto para eles, quanto para as áreas mais prósperas. Pela 1ª vez na História, a humanidade passou a possuir o conhecimento e a habilidade para avaliar o sofrimento dessas pessoas. Um novo capítulo da história da pobreza começa. O mundo agora divide-se em países ricos e pobres. Os países ricos, finalmente, admitem que têm de ajudar os países pobres.
Nos anos 1950 e 1960 verificaram-se esforços internacionais coordenados para desenvolver uma maior variedade de cereais, que poderiam ser cultivados principalmente na Ásia, aumentando muito a produtividade da terra. Então a revolução verde salvou milhões de pessoas da fome. A Índia passou de um país que sofria com falta de comida, para um país que exportava comida.
Na China, a pobreza levava ao desejo de mudança, ao desejo de ação, ao desejo de revolução. Devido ao facto da China ter muita população, essa população podia trabalhar nesses grandes projetos. A China podia ser tão produtiva quanto os países desenvolvidos industrializados, mas nada deu certo, pois viveu-se uma grande crise de fome, não havia nada para comer, originando muitas mortes.
Os contrastes cada vez são mais evidentes; favelas espalham-se e arranha-céus são erguidos. Refugiados fogem por pontes, enquanto as estradas estão cheias de carros novos, os oceanos cheios de navios, enquanto estão campos cheios de famílias famintas.
O mais importante para eliminar a pobreza é garantir que todos melhoram de vida de uma maneira ou de outra. O Brasil tinha muita desigualdade, mas eles conseguiram melhorar, investindo na educação e tentando incentivar os pais a mandar os filhos para a escola.
A China, nos últimos anos, mostrou que é possível reduzir a pobreza drasticamente. Milhões de pessoas da China foram retiradas da pobreza.
Hoje existe um tipo de pobreza que é muito diferente da do passado. A História da pobreza sofreu uma série de transformações porque todo a pobreza de hoje seria muita fácil de evitar. A metade mais pobre da Humanidade detém 3% do PIB global. Então pode-se ver que a pobreza poderia ser evitada se a ordem mundial fosse reorganizada de forma que a parcela mais pobre detivesse, por exemplo, 5%. Isso já seria uma melhoria considerável e eliminaria os índices de pobreza absoluta. A receita que os países pobres perdem para os mais ricos é estimada num bilião de dólares que é um valor entre 8 e 10 vezes maior do que a ajuda oficial para o desenvolvimento que esses países recebem. Uma reforma nesse sistema ajudaria mais a evitar a pobreza do que essa ajuda para o desenvolvimento recebida. A situação precisa de mudar em Washington, Genebra, nas grandes capitais do mundo.
Após a visualização deste documentário a minha opinião sobre a pobreza é a seguinte:
Na minha opinião a pobreza existe, mas desde os tempos rurais até aos dias de hoje tem diminuído. O conceito pobreza passou por inúmeras transformações, mas no sentido positivo. Os culpados da pobreza existir ainda nos dias de hoje, foram quase todos os países do mundo, pois já há uns longos anos atrás como visualizámos no documentário, por exemplo os europeus contribuíram para empobrecer a América-Latina, tomando a posse das terras e expulsando de lá a população, que como não tinha como se sustentar era obrigada a trabalhar nas plantações, nas minas…para poder para poder extrair o ouro e a prata, muito valorizados pelos europeus. Isto acontece ainda nos tempos que correm, porque os países ricos ainda querem ser mais ricos e para isso passam por cima dos países mais desfavorecidos para poderem adquirir mais riqueza para o seu país, deixando esses países, muitas vezes, a passar fome e sem quaisquer condições de vida. 
Outro motivo, na minha opinião, pela qual existe a pobreza é a má gestão dos dinheiros públicos, pois muitas vezes os países pobres possuem muita riqueza, mas o seu Estado não sabe como aplicá-la corretamente e como tirar proveito dela. Por outro lado, existem governos que não se preocupam com o bem-estar das populações, mas sim com os seus próprios luxos, deixando de investir na educação, na saúde, nas condições de habitabilidade, ou seja, no desenvolvimento do país.
Para mim a crise era evitável se os países ricos se preocupassem com os países mais pobres e contribuíssem para que a pobreza nesses países diminuísse. Mas também sei que por mais que se tente combater a pobreza, ela nunca irá deixar de existir por completo, porque mesmo dentro de um país rico, existem sempre desigualdades e preconceitos, onde os ricos são cada vez mais ricos e com mais poder à custa de muitos pobres e esses pobres cada vez são mais desprezados e usados por esses ricos como um simples objeto para atingir os seus fins.
A pobreza, felizmente, tem vindo a diminuir graças a instituições como a ONU (pretende por fim a questões como a relativa pobreza...) ou a OCDE (pretende solucionar problemas comuns, comparar políticas económicas e cooperar políticas nacionais e internacionais). Outra forma da pobreza ser combatida é serem abertas instituições de solidariedade, serem criados postos de emprego, deixar de existir escravatura e preconceito, haver uma boa gestão dos dinheiros públicos, haver caridade entre as pessoas, serem dados subsídios mais elevados às famílias com verdadeiras dificuldades e não esbanjar dinheiro.

Texto apresentado pela Liliana Mouta, aluna nº 14 do 9ºD